maio 09, 2009

Futuro (do) Terreiro do Paço

Não tenho competência para discutir conceptualmente o projecto do arquitecto Bruno Soares para a requalificação do Terreiro do Paço, do qual só sei o que li no Público. Vou por isso aguardar a publicitação dos desenhos para fundamentar os meus bitaites.  Todavia, não seria avisado conhecer nesta altura o que realmente será feito, por exemplo, em termos de circulação rodoviária nas zonas adjacentes, para que esta requalificação possa fazer sentido? Ou já está decidido? Porém, desde já um pormaior deve ser amplamente discutido.

Até ao final do séc. XIX, o Terreiro do Paço não estava pavimentado: era, como o  nome indica, uma praça de terra. Foi essa memória que Bruno Soares quis manter no trabalho que desenvolveu para a Sociedade Frente Tejo. 



Será este o princípio que se aplica para o desaparecimento da calçada portuguesa? 
O argumento, muito em voga nos dias de hoje, de que a calçada portuguesa é inimiga da mobilidade, não pode servir para matar o passeio público! 
A ideia dos losangos evocativos das rotas de navegação também se consegue concretizar com a nossa pedra, que melhor respeita  a nossa herança. Para isso, abra-se um concurso de ideias, que os nossos mestres calceteiros terão a arte de lhes dar forma.

À Margem: será um erro que se pagará caro, utilizar o calendário das comemorações? para acelerar a execução da obra. Como diz o outro: uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa!

2 comentários:

Bic Laranja disse...

Dizer que 'foi de terra então ponha-se losangos' ou que linhas rectas são navegações dos Descobrimentos leva-nos à conclusão óbvia: a calçada portuguesa é desconfortável para andar a pé.
Eu digo que não há quem lave as ruas da cidade nem quem arranje os jardins. Coisas demasiado braçais comparadas com o lançar a manápula (chamam-lhe requalificação) sobre a obra maior à procura de louros. Houvéssemos ao menos respeito quando falta a inteligência e nada disto acontecia.
Cumpts.

ABA disse...

É esse respeito, não por nós, mas pela nossa herança, que exigimos!